sábado, 12 de janeiro de 2013

Despedidas e London dream (parte 1).

Começar um post com um pedido de desculpas em um blog de viagem é clichê demais? Pois é, desculpem pela demora, gente. Custei, mas finalmente consegui um tempinho pra postar aqui no blog! Esses últimos dias tem sido uma loucura! Sim, já estou na Inglaterra (em Birmingham, agora) e não, eu não acredito ainda que estou aqui. Mesmo depois de quase duas semanas. Do jeito que tá, acho que a ficha só vai cair mesmo daqui a uns 3, 4 meses! A vida aqui parece um sonho.

Vou ver se faço um resumo legal de tudo o que aconteceu desde as despedidas até meus dias em Londres (que deve ter mais uns 2 posts), e depois eu conto como estão as coisas aqui em Birmingham. :)


Depois de me acabar de chorar com a minha família com as despedidas no aeroporto, embarquei. A viagem de Recife até Londres foi bem tranquila, no geral. Fui de TAP e saí de Recife às 23:25 do dia 29 de dezembro. Depois de uma viagem cansativa de mais ou menos 7 horas (com uma turbulência básica no meio do Atlântico - que, claro, pensei que fosse morrer ali mesmo), fiz uma escala de 3 horas em Lisboa e cheguei em Londres (no London Heathrow Airport) às 16:00, mais ou menos, do dia 30 de dezembro de 2012. Consegui fazer amizade com Ruanda (desculpa se você ler isso e seu nome não for esse/não for escrito assim, KKKKKKK sou péssima pra nomes) e Bruno, dois brasileiros que estavam indo pro Reino Unido pra fazer curso de inglês e meus fiéis companheiros dos piores assentos EVER num avião - as cadeiras da última fila (que, pra quem não sabe, não reclina. TERRÍVEL). Quando finalmente chegamos em Londres, o avião ficou dando quinhentas voltas ao redor do aeroporto e não descia de jeito nenhum. Cara, balançava muuuito e aquilo tudo parecia interminável. Já tava morrendo de enjoo e eu só rezava pra gente descer logo, porque eu já não tava aguentando mais. Foram as piores duas horas e meia da minha vida, mas enfim, né. 

Depois que saímos do avião, seguimos em um corredor e as placas iam nos orientando até chegarmos na imigração, que, ao contrário do que eu pensava, a gente passa antes de pegar as bagagens que foram despachadas. A fila não tava muito grande, graças a deus. Quando me chamaram no guichê pra carimbarem meu visto, apesar de ter tudo certo e ter todos os documentos possíveis numa pasta prontos para serem apresentados, fiquei um pouco nervosa. Entreguei meu passaporte e um papel que me deram pra preencher no avião que, provavelmente, serve pra agilizar na hora da imigração. Por sorte, a moça só fez pedir meu passaporte e perguntar se era a minha primeira vez no Reino Unido, quanto tempo eu ficaria e o que eu vim fazer. Respondendo tudo de boa (e nem acreditando que eu já tava falando inglês e nem tinha gaguejado), ela carimbou bem rápido e me devolveu, dizendo pra eu seguir pelo corredorzinho atrás dela pra pegar as minhas bagagens no outro saguão. Ufa!

O saguão que pega as bagagens é enorme e tem várias esteiras. Primeiro você tem que ver em um quadro eletrônico daqueles qual é o seu voo e qual a companhia aérea que você chegou e procurar a esteira correspondente. Nessa parte foi tudo bem de boa, logo achei a minha esteira, peguei um carrinho e peguei sozinha todas as minhas malas enormes. Segui a direção da saída, passando pelo portão dos que não tem nenhum objeto/valor pra declarar e saí tranquila na parte de desembarque, onde eu encontraria a Stephanie, uma das meninas do grupo que também ia pra Birmingham. Lá no Heathrow mesmo fizemos contato com a família (15 minutos de internet por 1 libra!) e um lanche rápido, pra depois ir atrás de informação sobre como chegar no ibis London Heathrow Airport, o hotel que reservamos pra passar os próximos dias em Londres antes de ir pra Birmingham. Depois de muito rodar à procura de informações, pegamos um ônibus que passava na frente dos hotéis da região, o Hoppa Bus, que custava 4 libras.

Morrendo com a quantidade de malas e o frio básico - mas nos divertindo com a fumacinha que saía das nossas respirações -, eu e Stephanie chegamos ao hotel. Depois de um banho quente, apesar de um pouco cansadas, decidimos que iríamos passear, porque né, FINALMENTE ESTÁVAMOS EM EFFIN' LONDON!!! Pegamos um bus numa parada que nos deixava na Hatton Cross station (e que era grátis) e, depois de comprar o lindo do Oyster Card e de nos localizar no enorme mapa do Tube, pegamos a Piccadilly line, que nos levaria diretamente à Piccadilly Circus depois de umas 15 estações. Quase uma hora de viagem, um soninho básico (ah, aquele silêncio confortável e o leve balanço do metrô...), mas valeu super a pena!

Foto clássica na Piccadilly Circus (péssica qualidade, mas dá pra superar)



Nossa, cês não tem noção (ou tem, não sei, né) do quanto tudo isso é lindo. O tempo todo eu só pensava "meu deus, não acredito, eu tô aqui mesmo" e "por favor, que isso não seja um sonho". As luzes dos enfeites, as pessoas passando na rua todas empacotadas (er, outras nem tanto), o vento que bate na cara e que vai congelando todo o caminho até os pulmões, o som das pessoas falando as mais variadas línguas, flashes de câmeras de pessoas tão deslumbradas quanto eu... Ah, eu ainda nem acredito. Foi tudo tão mágico...

Stephanie e eu andamos mais um pouco e paramos num McDonald's porque estávamos morrendo de fome, hahaha. Comemos um lanche rápido e andamos mais um pouco até a estação que nos levaria de volta ao hotel. Apesar de ter custado chegar lá e não termos passeado muito naquela noite, resolvemos voltar mesmo. Estávamos mortas de cansaço, mas totalmente eufóricas, haha. Com o pensamento "estamos na Inglaterra, vamos poder voltar lá quando quisermos!", fui embora, feliz da vida.

No hotel, deitada na cama, pensei em tudo o que deixei no Brasil pra viver tudo isso. As primeiras impressões daqui foram as melhores possíveis - pessoas gentis e totalmente dispostas a ajudar, cidade linda, o frio maravilhoso, todo o movimento, a sensação de andar tranquilamente por aí, a surpresa e satisfação pelo serviço de transporte eficiente, etc. -, mas havia um tantinho de medo do desconhecido, das dificuldades, das situações em que eu não teria mamãe e papai pra me ajudar ou fazer tal coisa por mim. Por outro lado, também havia a ansiedade por viver situações diferentes, ver novas paisagens e aprender novas coisas, além da vontade de usar tudo isso como uma oportunidade pra crescimento pessoal - a velha história de ser independente e saber me virar, como já falei em outros posts.

Percebi que aquilo, definitivamente, era tudo o que eu queria. Valeria muito a pena e eu não desistiria nunca.